terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Ausência (Crônica de Luiz de Jesus)


Papai....Hoje é comemorado o seu dia; “Dia dos Pais”. Estou sentindo muito a sua falta, pois o tempo vai passando e eu passo o tempo a te esperar. Há uma pergunta que me acompanha ao longo da minha infância...Onde estás papai? Lembro-me que ainda dentro da barriga da mamãe, quando ouvia a tua voz, queria logo sair e estar em teus braços. Pois as suas promessas de me levar para jogar bola com você, me chamavam para a vida. Em determinado momento, percebi que você não falou mais comigo, a sua voz sumiu. Até a mamãe parou de cantar para mim. Fiquei triste dentro daquela bolsa que me aquecia, mas não eram tão quentes quanto as suas palavras de carinho. Quando eu nasci, vi o lindo sorriso estampado no rosto da mamãe. Conheci aquela que sempre conversava comigo. Mamãe olhava para mim, ria e chorava. Como mamãe estava linda! Mas a enfermeira me levou para o berçário, antes de eu ver você papai. Não dormi aquela noite, fiquei de vigília a te esperar. Muitas pessoas foram me ver, mas nenhuma delas era você, pois eu conhecia a sua voz. Perguntava a mim mesmo; cadê aquela voz? Voz que me chamava de tesouro, de campeão. Voz que fazia tantos planos para nos divertirmos. Cadê você papai? Muito tempo se passou, e hoje quando eu pergunto a mamãe onde está você, ela me diz que você vai aparecer, isso já é bom, pois isso me faz saber que realmente você existe. Sabe como eu te imagino papai? Como um Super-herói! Um herói que está lutando contra grandes vilões, e depois de derrotá-los, virá me ver e me levar para passear. Sei que você papai, irá conseguir derrotar o vilão chamado orgulho, apesar dele ser um forte adversário. Mas depois de vencê-lo, deverá também vencer uma outra adversária...A culpa. Pois ela conhece o seu ponto fraco, que é a sua consciência. Papai... usa os seus superpoderes, para apagar as cicatrizes que a sua ausência deixou em mim! Ouço constantemente a mamãe falar em divórcio. Não sei o que é, mas desconfio que seja uma arma com um enorme poder de destruição, pois ela destruiu a alegria e a saúde da mamãe e nunca mais fomos uma família. Volta papai! Vem me ver, preciso te conhecer. Sabe papai, tenho um amiguinho na escola que diz que seu pai foi morar no céu. Se no céu tem pai, será que não teria um para mim? Pai, a minha imaginação já não consegue mais, ignorar sua ausência. Acho que o meu herói morreu e junto matou a minha esperança. O meu sonho de criança de um dia te conhecer, se tornou em um pesadelo sem fim. A mamãe insiste em criar estórias, aonde você continua como um herói. Mas hoje, depois de todos estes anos, fiz a triste descoberta...O meu herói morreu. A arma do divórcio matou meu herói, por não ter usado o escudo do amor.


“Mais triste e dolorido do que perder um pai, É aquele que não tem um pai para perder, Onde a dor da ausência, daquele cuja falta, o tempo Não pode preencher”. Luiz de Jesus®


“Pode uma mãe, abandonar o seu filho que ainda amamenta, de maneira que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das minhas mãos eu te gravei”. Ass: Deus, o Pai Eterno. Isaias 49:15-16

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Agradeço de coração, o carinho, a atenção e interesse com que vocês vêm acompanhando a minha poesia há alguns anos e a você que está tendo o primeiro contato com meus textos agora. Fico muito feliz que embora muitos rostos se encontram muitos distantes, outros eu nunca os vi, mas a poesia os deixam bem próximos de mim. Dou graças a Deus por ter me dado esse Dom, que me permite transmitir sentimentos e resgatar a sensibilidade da alma de cada leitor. Por que na verdade os versos que escrevo, nada mais são do que meus próprios sonhos, que acabam se tornando realidade; sendo assim, posso realizar o que quiser, fazendo simplesmente meus próprios versos. Porque sonhos que se sonham só, podem ser uma ilusão, mas sonhos que se sonham juntos...se realizam. E você faz parte deste sonho!
Obrigado!
Luiz de Jesus®