quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Infância violentada




Em Junho deste ano, foi publicado a seguinte matéria:
"Criança negra tem desvantagem na escola, revela estudo" - Conclusão se deu após análise do comportamento de futuros professores em relação à etnia dos alunos

Faço minhas as palavras da Profª Dalila, mediante esta análise:

“Velado ou declarado o preconceito impede a criança de criar as suas próprias estratégias de defesa e consequentemente mina sua identidade. A rejeição leva a uma sensibilidade emocional que as impede de se concentrar nas suas atividades, e isso pode ter repercussão no seu desempenho escolar”, diz a professora Dalila.

Podem me chamar de radical, mas acredito que o futuro promissor de nossas crianças negras dentro da educação, só será possível dentro de uma estrutura 100% negra. Pois senti na pele esse racismo na minha infância, no bairro onde morava, na escola, nos supermercados, etc. Penso que a solução contra esse racismo velado, que se esconde por trás do mito da democracia racial, só terá fim com uma escola com diretores, coordenadores, psicólogos e professores negros. Mestres que ensinem a verdade que a história não contou. Um espaço onde resgate a autoestima e a identidade da criança negra, junto à sua família.

Quando nossas crianças enxergarem professores com cabelos e penteados afros, traços iguais ao dela, ela aprenderá que a beleza natural, não é esticar o cabelo, e sim, ser simplesmente uma criança negra. Sei que essa afirmação pode soar como não sendo politicamente correta, porém os indígenas tem escolas e universidades separadas.É algo que está dando certo.

Não creio que esse o modelo deva ser permanente, mas os fatos nos levam para isso.
Segundo o IBGE, hoje os indígenas no Brasil são 0,2 % e o numero destes na universidade é 0,8%. Por outro lado, os negros são 47,3 % na sociedade, e só ocupam 24,1% da universidade. Percentualmente, o modelo indígena forma mais pessoas na universidade.

Este modelo conta com um grande diferencial, as crianças são criadas com seus iguais. São ensinadas por professores de sua etnia e isso é comprovado que melhora o desempenho. Elas aprendem história, biologia, religião e cultura, educação sexual e geografia com ênfase em suas tradições, costumes e origens.Não sofrem preconceitos do tipo que vemos no vídeo.

Por esta razão, mesmo não sendo politicamente correto, eu penso que esse modelo deve ser levados em consideração. Seja para construir uma escola 100% negra, seja para incluir socialmente o negro, no modelo branco que é imposto a nossas crianças.

Na hora da avaliação, ela colocará todo o seu potencial para fora. Seu desempenho escolar será o máximo. Na hora da prova, ela nunca mais dirá: "Deu um branco".

Acredito que à partir deste momento, a criança negra entenderá, porque alguns brancos dentro da sociedade, se comportam como chimpanzés, no sentido primata da irracionalidade.

Abraços negros fraternos

Luiz de Jesus®

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Agradeço de coração, o carinho, a atenção e interesse com que vocês vêm acompanhando a minha poesia há alguns anos e a você que está tendo o primeiro contato com meus textos agora. Fico muito feliz que embora muitos rostos se encontram muitos distantes, outros eu nunca os vi, mas a poesia os deixam bem próximos de mim. Dou graças a Deus por ter me dado esse Dom, que me permite transmitir sentimentos e resgatar a sensibilidade da alma de cada leitor. Por que na verdade os versos que escrevo, nada mais são do que meus próprios sonhos, que acabam se tornando realidade; sendo assim, posso realizar o que quiser, fazendo simplesmente meus próprios versos. Porque sonhos que se sonham só, podem ser uma ilusão, mas sonhos que se sonham juntos...se realizam. E você faz parte deste sonho!
Obrigado!
Luiz de Jesus®